Energia Solar Dados do mercado de energia solar no Brasil
Tendo recebido mais de 70.000 pedidos de orçamento em todo o Brasil e possuindo diversas unidades espalhadas pelo Brasil, o Portal Solar mapeou o perfil do mercado de energia solar.
Somente no segmento de geração centralizada por grandes usinas, o mercado de energia solar no Brasil corresponde a 2,4% de toda a matriz elétrica brasileira, com mais de 4,5 Gigawatts (GW) de potência instalada, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Criação do mercado de energia solar no Brasil
O mercado de energia solar distribuída começou de fato aqui no Brasil apenas no ano de 2012. Muito embora alguns consumidores já utilizassem essa tecnologia, a sua regulamentação só foi feita a partir da Resolução Normativa 482 de 2012. Ela foi a responsável por criar as regras da geração distribuída e é considerada como um marco legal da energia solar.
A partir dessa resolução, a geração da energia solar passou a tornar-se viável para os brasileiros, que desde então podem conectar o sistema à rede de distribuição e gerar créditos solares a partir do excedente de energia. Esses créditos são compensados e reduzem o valor das tarifas de energia elétrica em até 95%.
Já o segmento de geração centralizada começou a funcionar no país em 2014, com o primeiro leilão que incluiu usinas de energia solar. Dado o tempo para a construção das usinas, a geração centralizada começou a operar em 2017.
Na geração solar distribuída, os painéis solares são instalados na própria unidade consumidora ou em pontos próximos. Na centralizada, grandes usinas produzem a energia, que é enviada aos centros urbanos por redes de transmissão e entregue aos consumidores por meio das distribuidoras de energia.
Resolução Normativa 687
A Resolução Normativa 687 de 2015 criou três novas modalidades de geração distribuída: a geração compartilhada, as múltiplas unidades consumidoras e o autoconsumo remoto.
A geração compartilhada configura-se quando mais de um consumidor, dentro de uma mesma área de concessão, utiliza a energia solar por meio de um consórcio ou cooperativa.
Já a geração feita por múltiplas unidades consumidoras é aquela em que a energia elétrica é utilizada de maneira individualizada pelas unidades consumidoras, mas administrada pelo condomínio, pelos proprietários do empreendimento ou até mesmo pela administração do local.
Por fim, o autoconsumo remoto caracteriza-se quando a unidade consumidora que gera a energia solar fica em um local diferente da unidade que vai consumir a energia, desde que estejam em uma mesma área de distribuição.
Com a criação dessas modalidades, foi possível observar um crescimento do público da geração distribuída, o que ajudou a acelerar o crescimento do mercado de energia solar no Brasil.
O mercado de energia solar no Brasil em 2019 teve crescimento recorde
Em 2019, o mercado de energia solar no Brasil cresceu mais de 212%, alcançando a marca de 2,4 GW instalados. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foram instalados mais de 110 mil sistemas fotovoltaicos de mini e microgeração, correspondendo a R$ 4,8 bilhões e 15 mil profissionais trabalhando na área.
Por ser um país com altos índices de irradiação solar, podemos dispor de um bom desempenho dos sistemas fotovoltaicos a partir dos fatores climáticos, uma vez que sua eficiência em determinadas regiões pode ser muito mais satisfatória por meio da captação dos raios solares.
Além disso, outros aspectos contribuíram para a maior utilização de energia fotovoltaica no Brasil, como, por exemplo, a crise hídrica, que encareceu o preço da energia, as linhas de financiamento de energia solar, com prazos de pagamento prolongados e juros mais baixos, além da diminuição do custo para aquisição de painéis solares.
Crescimento do mercado solar no Brasil ao longo dos anos
O mercado solar cresceu muito desde de 2019, veja como foi o crescimento nos anos de 2020 e quais as projeções para 2021:
O mercado de energia solar em 2020
Em outubro de 2020, o Brasil bateu 7 GW de potência instalada em energia solar, sendo mais de 4 GW correspondentes à porcentagem de 99,9% de toda micro e minigeração distribuída em residências, comércios, indústrias e propriedades rurais. Já na geração centralizada, o Brasil obteve 2,955 GW gerados pela energia solar, sendo 1,6% de toda a matriz energética brasileira.
Ao final de 2020, o desempenho do mercado de energia solar foi muito alto. O total atual de sistemas é de quase 715 mil; e foram instalados 3,15 GW de fonte solar fotovoltaica, sendo 617,6 MW de geração centralizada e 2,53 GW de geração distribuída. O valor total dos investimentos no setor foi de 15,9 bilhões de reais, sendo gerados quase 100 mil empregos na área.
Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia 2030, a expectativa é que, até o fim do ano citado, a minigeração e microgeração distribuída totalizem 25 GW de potência instalada no Brasil, o que irá compor cerca de 4,6% da matriz elétrica do país.
Veja, abaixo, o infográfico da Absolar sobre a energia solar fotovoltaica no Brasil:
Fizemos uma pesquisa com base nos últimos 70 mil pedidos de orçamentos de energia solar que recebemos para assim traçar o perfil do mercado consumidor de energia solar no Brasil, como você verá mais abaixo.
Veja também: Simulador de energia solar
Crescimento esperado em 2021
Segundo a Absolar, a estimativa de crescimento do mercado solar em 2021 é de 5,09 GW em potência instalada, incluindo os segmentos centralizado e distribuído. Se fizermos um comparativo com o ano passado (2020), esse crescimento representa um aumento de 68%.
Uma grande parcela do crescimento total está associada à instalação de sistemas de geração distribuída, ou seja, os que estão na mesma região de atendimento da concessionária, possuem a mesma titularidade e possuem até 5 MW. A geração distribuída de energia solar deve crescer cerca de 90% em 2021, chegando a uma potência instalada de mais de 8 GW.
Já a geração centralizada, que é aquela composta por grandes usinas de geração de energia solar, tem previsão de crescimento de 37%. Esse crescimento representa a aproximação da potência total instalada em mais de 4 GW no país.
Em resumo, as projeções de crescimento de 2021 em relação a 2020 são:
- Geração centralizada: 37%;
- Geração distribuída: 90%;
- Total da geração centralizada e da geração distribuída: 68%.
O que leva ao crescimento acelerado do mercado de energia solar?
O crescimento do mercado de energia solar é motivado por diversos fatores, mas principalmente pelos altos preços da energia elétrica no Brasil e os constantes aumentos na conta de luz.
Outros fatores incluem a queda de preços dos sistemas fotovoltaicos, as linhas de financiamento facilitadas, as condições climáticas favoráveis no país, o baixo custo de manutenção do sistema fotovoltaico e o fator da sustentabilidade.
Inflação energética
A inflação energética é, de longe, o maior impulsor da energia solar no Brasil no segmento de geração distribuída. Entre os causadores dos aumentos consecutivos nas faturas de energia elétrica, está a pandemia do novo coronavírus, que gerou o empréstimo Conta-Covid – pago pelos consumidores de maneira indireta.
Esse empréstimo de mais de 15 bilhões de reais foi realizado pelas distribuidoras no ano de 2020 para que fosse realizado o pagamento da energia das geradoras quando o consumo foi reduzido drasticamente por conta da pandemia.
Além disso, a crise hídrica vivida no país, devido à falta de chuvas, também faz com que o preço da conta fique mais caro. Isso acelera a busca por fontes alternativas para a matriz elétrica do país, incluindo aqui a energia solar, o que deve impulsionar ainda mais o mercado de geração centralizada.
A previsão de novos aumentos para 2022 é de até 21%. A projeção foi feita pela Aneel em um documento interno divulgado em novembro de 2021. Veja o que diz o documento: “Nossas estimativas apontam para um cenário de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%”.
Esse aumento gigantesco na conta de luz faz com que a opção dos geradores solares seja uma alternativa cada vez mais econômica para os consumidores. Dessa forma, o mercado de energia solar fotovoltaica deve se manter impulsionado em 2022 com toda essa perspectiva de aumento.
Queda de preços da tecnologia
A queda nos preços dos equipamentos é outro grande fator que impulsiona a tecnologia fotovoltaica no Brasil e no mundo, tanto no segmento distribuído como no centralizado. Hoje em dia, os preços estão muito mais acessíveis do que há 5 anos, por exemplo. Isso faz com que mais pessoas possam arcar com o investimento em um sistema solar fotovoltaico e leva o mercado a expandir-se.
Além disso, segundo o jornal Estadão, o preço médio dos leilões realizados no mercado regulado aqui do Brasil baixou cerca de 25% entre os anos de 2013 e 2021. Segundo o mesmo veículo, a energia solar está dentro dos leilões de energia como a fonte mais competitiva desde o ano de 2019.
Os custos cada vez mais reduzidos e a forte irradiação solar presente no Brasil fazem com que não apenas grandes indústrias possam investir em sistemas solares fotovoltaicos, mas também consumidores de todos os portes.
Linhas de financiamento
As linhas de financiamento solar são cada vez mais procuradas pelos consumidores brasileiros, o que fomenta o mercado de energia solar. O aumento da procura se dá por conta dos constantes aumentos nas faturas da conta de luz e pela baixa no custo dos equipamentos que compõem os kits fotovoltaicos.
Instituições reconhecidas no mercado já oferecem esse tipo de financiamento, como é o caso do banco BV, que conta com uma linha de crédito específica para essa finalidade, com prazos de até 120 meses para pagar e que contempla 100% do projeto (equipamentos + instalação).
Condições climáticas favoráveis
O Brasil está localizado geograficamente em uma posição muito favorável para a geração de energia solar. O clima aqui é muito propício para receber a incidência solar captada pelos painéis solares e transformada em energia elétrica pelo sistema fotovoltaico.
Para se ter uma ideia, somos um dos países com médias anuais de irradiação solar mais altas do globo. A Região Nordeste do Brasil conta com uma incidência solar de 4,5 a 6 kWh, considerada a maior média do país. Mesmo nas regiões onde não há tanta insolação, como na Região Sul, o país ainda se destaca quando comparado a países da Europa, como a Alemanha, por exemplo.
Baixo custo de manutenção
A poeira e a sujeira deixadas pelos animais que sobrevoam os painéis solares podem prejudicar o funcionamento do sistema fotovoltaico. Por isso, é essencial que, ao menos uma vez por ano, seja feita uma manutenção de limpeza nos painéis.
A boa notícia é que essa manutenção tem um custo baixo e, na maioria das vezes, a limpeza é realizada pela própria chuva. Isso favorece o crescimento da energia solar pois faz com que os sistemas tenham um payback mais curto, por volta de 5 anos, bem como tenham uma vida útil de aproximadamente 25 anos.
Incentivos fiscais para aquisição
O governo tem dado certos incentivos fiscais para quem gera a própria energia solar. Alguns incentivos são oferecidos em âmbito nacional ou estadual. Em princípio, quase todos os estados isentam a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Já o PIS/Cofins tem as alíquotas reduzidas a zero para as unidades consumidoras que produzem a energia solar. Isso foi decidido por meio da lei de isenção n.° 13.169.
Sustentabilidade
Por fim, o crescimento também está pautado pela sustentabilidade que a energia solar proporciona. A luz do sol é uma fonte renovável e inesgotável de energia. Isso faz com que mais pessoas e mais empresas queiram aderir ao modelo.
A produção de energia solar também não emite gases poluentes do efeito estufa, como o gás carbônico (CO2), o que favorece a sua utilização, especialmente após os dados alarmantes levantados no Fórum Econômico Mundial que ocorreu em Davos, no ano passado.
O perfil do mercado de energia solar
Cada vez mais impactados pelo crescimento populacional e de consumo, governos, iniciativa privada e consumidores investem em meios de utilizar fontes renováveis de energia. Estima-se que até 2030 a minigeração e a microgeração distribuída de energia solar tenham 3 milhões de adotantes no território nacional.
Com aproximadamente 12.000 MW instalados na matriz elétrica brasileira, o mercado de energia solar vem crescendo de forma expansiva, principalmente para uso residencial, de acordo com a Absolar. Dessa forma, a partir dos 70 mil pedidos de orçamentos recebidos pelo Portal Solar, podemos dizer que o mercado está dividido, basicamente, entre 80% dos homens e 20% das mulheres de 31 e 50 anos.
Além disso, o valor médio pago na conta de luz é de, majoritariamente, R$ 200 a R$ 600 por mês, sendo proprietários de seus imóveis e 75% residenciais.
Quem pede orçamentos
- 80%: homens;
- 20%: mulheres.
Faixa etária de quem pede orçamento
- 10%: até 30 anos;
- 60%: entre 31 e 50 anos;
- 20%: entre 51 e 60 anos;
- 10%: acima de 60 anos.
O valor médio que eles pagam na conta de luz
15% pagam acima de R$ 1.000 por mês na conta de luz; 15% pagam entre R$ 600 e R$ 1.000 por mês na conta de luz; 45% pagam entre R$ 200 e R$ 600 por mês na conta de luz; e 25% pagam até R$ 200 por mês na conta de luz.
Quem já possui aquecedor solar instalado
- 85% não possuem aquecedor instalado;
- 15% possuem aquecedor instalado.
Propriedade do imóvel
- 85% são proprietários do imóvel;
- 15% são inquilinos.
Situação do imóvel
- 20% são imóveis em construção;
- 80% são imóveis construídos.
Tipo de imóvel
- 25% são imóveis comerciais ou industriais;
- 75% são imóveis residenciais.
O valor médio dos sistemas (com instalação) residenciais mais vendidos, separados por potência
- Casa pequena, de 2 pessoas = sistema de 2,23 Kwp; preço médio de R$ 15.862,36;
- Casa média, de 3 a 4 pessoas = sistema de 2,67 Kwp; preço médio de R$ 17.543,92;
- Casa média, 4 pessoas = sistema de 4,01 Kwp; preço médio de R$ 23.847,78;
- Casa grande, 4 a 5 pessoas = sistema de 4,9 Kwp; preço médio de R$ 27.836,92;
- Casa grande, 5 pessoas = sistema de 7,12 Kwp; preço médio de R$ 36.523,62;
- Mansões, mais de 5 pessoas = sistemas de até 12,02 Kwp; preço médio de R$ 54.607,05.
Por que investir nesse mercado?
O mercado de energia solar está cada vez mais aquecido, como foi demonstrado até então neste post. Veja por que vale a pena investir nesse mercado:
Projeção de crescimento
O ano de 2020 foi histórico no âmbito da geração solar, assim como o ano de 2021. As projeções de crescimento para o final de 2021 são gigantescas e apontam uma continuidade no aumento da potência solar instalada aqui no Brasil. Assim, quem está atento a esse cenário certamente vê o investimento na energia solar como uma grande oportunidade.
Potencial do mercado
O crescimento do mercado de energia solar, mesmo que acelerado, ainda não está nem perto de chegar ao potencial que o mercado de energia possui aqui no Brasil. O total de telhados solares instalados ainda é menos do que 1% das unidades consumidoras, o que abre uma margem muito grande para que o mercado cresça cada vez mais.
Financiamento facilitado
O financiamento do sistema solar fotovoltaico, assim como dos valores associados a sua instalação, está cada vez mais facilitado. Instituições, como o banco BV em parceria com o Portal Solar, oferecem linhas de crédito de até 500 mil reais para pessoas físicas e 3 milhões de reais para pessoas jurídicas. Tudo isso com prazos de até 120 meses e taxas competitivas.
Quer saber mais sobre os preços praticados no mercado de energia solar no Brasil? Veja quanto custa a energia solar.